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Mostrando postagens de maio, 2010

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Retalho-me em partes mínimas Divido-me em mais do que posso. Visto-me de fragmentos óbvios Hora amor, Hora sorte. Hora vida, Hora morte...

Batistério

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Com olhos feitos porta, Desenhou passagens em minha imaginação. Os ombros sortidos de tudo Carregavam o fardo de me ter por companhia. Com um tanto de esforço, Apoiou-se nas palavras que lhe dizia, Confiando, ouvindo. Abraçou com força cada canto de pele que viu a frente Sujeitou-se aos prantos Derramou-se em tinta Escorreu pelo papel. Desejando das veias Algo que corresse vermelho por entre as linhas. Suspirou por dias. E quando de fato sentiu-se versos, Beijou-me com um terço de vida. Por fim, deixou-me marcá-la com um nome. E com o direito que me foi emprestado, Dei-lhe o nome Poesia, De Versos Vividos  e Silva.                                       (Halifas Quaresma)

Dá-me

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Mostra teu rosto solidão. Vem com tua mão adormecer os meus sentidos. Distribui sobre meu corpo a tua calma, Declama ao meu ouvido a tua poesia. Seja sutil. Ponha-me pra dormir. E prometo sonhar com teus olhares. Não caia sobre meus dias em momentos vãos. Dos amigos que tenho, Quero o cheiro, as brigas. Quero os dias. Dos amores que perco, Quero o sabor da alforria, O peso das correntes partidas. Os bons momentos São fendas no tempo, Brechas. Que rompem a regra geral dos minutos que chegam, Insistem em passar E tendem a não voltar mais. Agarrá-los pra mim parece ser em vão. Afinal de contas, no escuro do sono, Tudo o que me resta é a tua companhia. Tudo o que me sobra é o teu prazer De me ver frio em um leito. Esquentando-me com os pensamentos. Aquecendo as mãos, com o fogo das lembranças. Conte-me uma história, De um desses poetas que acompanhastes. Espere que meus olhos estejam fechados, E apenas lembre-se de deixar a porta ent