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Mostrando postagens de outubro, 2010

Vende-se um Outubro

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Vende-se um outubro Sem nexo, sem versos, sem nada. Vendo em perfeito estado de conservação. Acompanhado de um corpo: Frio, inútil e violentamente mal usado. Vendo também uma gratidão, que de nada me serve A não ser pelo fato de provocar pena - auto - piedade. Acompanha também um ego bem gasto e uma mente bem rodada, Que de nada irão me servir a não ser para chorar lembranças de meses passados. Vendo também um punhado de lágrimas; secas, cristalizadas e ainda com cheiro de pedidos Vendo um coração furado, com vazamentos por todos os lados, Que de tão feio e apagado, a de servir até como arte, como um desenho abstrato. Vendo meio quilo de insatisfações (mais não vamos entrar em detalhes, pois o ego já foi acrescentado à lista) Vendo tudo bem barato, tudo em conta. Mais a prece vai de graça e sem garantia. Vendo tudo por um abraço ou algo que cure minha ferida. Troco pelo fim da solidão. Vendo, por 3 reais e uma vida.            

Fragmentos

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Somos tantos rostos resumidos a um só momento. Tantas mentes debruçadas em um leito de silêncio e liberdade. A verdadeira face de algo que se mistura a um sabor de abraço todos os dias. Essa moda de olhar poemas e imaginar realidades é mais do que suficiente para nos rasgar as mordaças. Quando aprendi que as letras eram todo o suor misturado com lágrimas e vontades, coloquei de lado um monte de tristezas e angústias. E no íntimo de uma mesa, depositei todos os meus gritos de forma a espalhá-los como grãos de uma mesma semente. A minha face já se transbordava em risos quando do alto de um momento triste, saíram meus primeiros versos. Minhas primeiras linhas. E desde que entendo por amigo aquele que sacrifica medos para encorajar e que emudece o próprio ego para concordar, comecei a perceber que todos os delírios que me vinham à mente eram fruto de uma vontade quase ingênua de escrever. Portanto, com tudo que me foi dado com o vento e

Reflexo de Carne

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A única força que me movimenta nesse momento É a dos olhos abertos. É que vendo tudo que se espalha do outro lado da janela, Posso enxergar além das grades que me cercam. Posso sussurrar os gritos rua afora. Posso mastigar do peito, todos os espelhos que refletem outros rostos... . . . Olhe! Eu sou aquilo que te guarda. Nos teus mais sinceros traços. . .                                (Halifas Quaresma)