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Mostrando postagens de setembro, 2010

Dessa guerra

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A guerra que outrora vi nascer, Condensada em um peito embriagado com o que bebeu dos horrores vivos, Agora clama por uma bandeira branca que abrace tudo que é ferido. Travada pelos sentidos vãos que sustentavam meus olhos, Esta mágica maneira de dizer não, ao medo, Acabou por destruir campos inteiros, de lábios em risos. Transformando-os na areia cinzenta, umedecida a sangue, que se despedia entre os dedos. A coragem só nasce quando de fato conhecemos os pavores. E esses só servem para que a carne e os ossos sejam um. Não interessa qual conquista se pretende alcançar com tal guerra. Já é o bastante saber que existe paz em algum lugar.                                                (Halifas Quaresma)

Desjejum

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Hoje eu acordei com olhos meio nus. Precisavam de alimento que os fizesse lágrimas de bondade e alegria. Meio tonto do sono interminável, acordei com um olhar desprendido, Meio que sem compromisso com o mundo. Eu hoje deslizei pela sensação de acordar. Passei reto pelo velho ritual de olhar no espelho. Fui contando gota a gota, o líquido que vinha dos canos lavar meu corpo, Manchado, de todos os golpes que, enfurecida, a vida me deu até aquela manhã. Descansado em memórias, Tomei centímetros de preocupações e dúvidas no café. Mais o gosto doce que escorria pela boca, não era o açúcar misturando-se a saliva. Eram os grãos de areia, Que da ampulheta, Caiam marcando o passado que me abordava vez ou outra Só pra me lembrar que mesmo velho de amores, Esmagado de erros por todos os poros E estupidamente humanizado de forma adulta, Em algum ponto da minha história a vida era doce. Em algum lugar do ontem, meus pés pisavam a lama sem nojo. Em

Destas

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Pelas frases que vejo cair no ato vago de amar Tenho profundo desejo e afeição. Nelas vejo a face mais velha daquilo que escondo no peito, A juventude das novas horas que vejo passar E uma incontrolável vontade gritar e de sustentar no peito, Mais alguns segundos de você...                                          (Halifas Quaresma)

Voz

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Se eu não cantar por hoje não se desespere. Ás vezes minhas cordas vocais se acham no direito de calar o que o peito sente. É que depois de dias inteiros de gritos O sal das horas começa a corroer a voz. Mais isso nunca foi motivo para aflição. Ainda posso falar com os dedos...                                               (Halifas Quaresma)