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Mostrando postagens de fevereiro, 2011

. . . Das Consequências

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Os traços de minha máscara caíram. Tentei firmá-los no suor do rosto exaustivo de tantos choros. Fui aprendendo a substituir a verdade pela facilidade de sorrir. E revirando meus dizeres em gestos estampados no gesso de uma nova vida. Tentei encontrar litígio nas faces que abracei. Algo que fosse comum entre aquilo que vestia para o mundo E aquilo que enxergava à noite em espelhos. Tristes fins os de amar. Achar que por ter no peito algo que, vermelho, dance pelo corpo, É no mínimo entender nessa palavra Um bom motivo para conjugá-la. E nesse caminho, Vou me desfazendo do bom e velho português. Pois se ao menos esse verbo não puder conjugar. Perdão queridos poetas, Mas a gramática não me serve mais.                                                                           (Halifas Quaresma)

Blues Cotidiano

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Não é agradável olhar para o mundo que o homem inventou Só tem poeira, desgosto, sobras Não é bom o homem do agora. Triste, sem amanhã. Não caminha, não sente, não vive  E não costuma amadurecer. Não tem peito, nem olhos. Só um relógio no pulso que lhe avisa a hora E duas cortinas, Em pálpebras, Que se fecham para não ver o que se perde do mundo. Depois dorme. E respira tudo outra vez. Sem hálito, Nem pele, Nem cor. O homem de hoje não tem risos. Pontua minutos de alegria E marca hora com os bons momentos. Tudo que o homem sente é vapor. E o que um dia chamou de veias, Hoje é a irrisória quantidade de amar.                                                          (Halifas Quaresma)