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Mostrando postagens de novembro, 2011

Insiste

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Ainda visitas meu sono, inconvenientemente sem aviso. Ainda perturba meus ouvidos, insuportavelmente sem assunto. Na distração do meu cerne, convidas, ofegante, minha memória. Para lembrar-me que ainda vagas no silêncio. E que na impalpável vida que tivemos Reside o jamais que aconteceu.                                                                   (Halifas Quaresma)

Doses de Vôo

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Os pássaros arrastavam-se pelo ar janela afora. Deslizavam pelos sopros do mundo como se não houvesse motivos para olhar para trás. E planavam na invasão das nuvens. Desenhando sonhos e pulverizando liberdade aos que babavam torpes, invejando a vida sem rotinas que gozavam as aves. Dançando com o vento. Pontuando passo a passo a coreografia ensaiada do viver. O mundo parece ser a eternidade de um infinito impermeável. Onde o cortar das asas no prazer dos sentimentos e das sensações, parece uma obrigação inadiável e preferencialmente imediata. Mesmo que os riscos de uma queda sem volta sejam óbvios o bastante para garantir os pés no chão. Quais dos muros que nascem todos os dias ousam acusarem-se obstáculos para os que voam? Tornam-se, todavia, pausa para descanso. Um simples lugar onde se planeja a próxima paisagem. E arrastar-se no chão, enraizados pelo nítido e pelo perceptível, tona-se a realidade que nos assombra os ossos. De maneira tal, que aceitamos o desconfortáv

Ouse dizer não!

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Pela manhã, vem a brisa encharcada de luz, afogar meus holocaustos sentimentais, oferecendo-se em alimento. Vem o porvir, acordar-me da noite meio que por gritos, ou ordens, ou favores. E arde o sol queimando-me as horas. A vida se inventando frágil e necessária, encara-me, fria, no espelho d’um louco. E assim, vai o sorriso dela, tornando-se a coisa mais indispensável do dia.                                                (Halifas Quaresma)