Por vezes
Beijo-te por vezes no silêncio da minha testa. Provo-te por vezes na vontade do meu hálito. Arranco-te por vezes dos braços do jamais. Por vezes encosto-me nos ombros da saudade. E por vezes adormeço na esperança dos dizeres. Por vezes sofro. Por vezes minto. Por vezes sangro, mas não sinto. E os olhos, por vezes, ardem. Por vezes vivem. Por vezes amam. A realidade por vezes importa. Os sonhos por vezes dormem. E eu às vezes ouço, Do fundo do meu quarto amargo, Meu coração, Que por vezes sempre, chora. (Halifas Quaresma)