O que alimenta esse vazio nas veias? O que será isso que toma tanto de mim sem que ao menos exista? Qual será a razão de não encontrarmos o alcance de nossos olhos quando procuramos motivos e momentos? O peito sempre arde por coisas que buscamos. A vontade de voltar à infância, de viver os mesmos medos, de amar os mesmos rostos, de sonhar as mesmas coisas, de dormir e acordar para viver tudo de novo e com mais carinho. Ao nosso redor as pessoas giram sem norte, repetindo absolutamente tudo que um dia fizeram seus pais, seus amigos, seus vizinhos. Não aprendemos ainda que a resposta não mora nos ponteiros, mas naquilo que os carrega, não no tempo, mas naqueles que o faz parecer necessário. Lá fora é sempre mais alegre, é sempre mais barulho, sempre muito mais do que aqui dentro. Nunca tive o direito de me achar perdido do resto das coisas, mas minha vontade de não soluçar o desgosto de repetir as horas é mais forte do que ...