Areia e mar

Surdo, mudo e cego estou
Pra não perceber meus erros
Pra não enxergar que preciso mudar
Afinal de contas sou dois em um só corpo
Coração de homem
E alma de poeta.
Não me considero como tal e nem quero
Mais meu querer esta muito longe de ser ouvido por minhas idéias
Afinal,
Pelo que me consta,
O delírio nasce tatuado na alma do artista
Como uma âncora no braço de um marinheiro
Ou a mentira na face do mundo
O homem é areia do tempo
E cai constantemente
Afunilado pelo progresso
E se aglomera num mar de mesmos erros, em uma ampulheta sem fim.
O poeta,
É o elo dos pensamentos e a força dos momentos
Ligando o nada com o tudo
E o vazio com o completo
O poeta não é o progresso.
O poeta não é a areia.
O poeta,
É o próprio tempo.
O poeta,
É o próprio mar.
O poeta,
É o próprio medo.
O poema,
é o próprio ar.
                                (Halifas Q.B.)

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